G1 - O candidato do PT à Presidência, Lula pediu nesta quinta-feira (20) a eleitores evangélicos que não permitam que pastores mintam nas igrejas. Lula deu a declaração durante discurso ato em São Gonçalo (RJ), cidade na região metropolitana do Rio de Janeiro que é o segundo maior colégio eleitoral do estado. O candidato do PT tenta conquistar votos dentro do eleitorado evangélico. De acordo com as pesquisas, o presidente Bolsonaro tem ampla maioria no segmento.
Levantamento feito pelo instituto
Datafolha divulgado nesta quarta-feira (19) aponta que o candidato do PL à
reeleição tem 66% das intenções de voto no eleitorado evangélico, enquanto Lula
tem 28%.
"Quem é da igreja evangélica tem
que frequentar sua igreja e não permitir que o pastor minta", afirmou
Lula.
Para ele, líderes religiosos que apoiam
Bolsonaro estão fazendo campanha para o atual presidente e atacando a
candidatura do PT.
Nesta quarta-feira (19), o pastor André
Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, mentiu ao dizer que havia sido intimado
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a se retratar por falsas acusações
contra Lula. A Corte Eleitoral negou a existência de uma decisão contra o
religioso.
De um trio elétrico, Lula também pediu
aos apoiadores nesta quinta-feira que convençam pessoas que não foram votar no
primeiro turno a ir às urnas no próximo dia 30 de outubro.
"Agora a gente precisa de novo votar no 13 e aumentar o número de pessoas que votaram. Tem pouca gente indecisa, então é importante que a gente busque as pessoas que ainda não foram votar", disse.
Lula afirmou ainda que, se voltar à
Presidência, ampliará investimentos na educação. "Queremos voltar para
fazer mais universidades, fortalecer o Prouni, fortalecer o Fies", disse.
Apoiadora do petista segura cartaz com
a frase: 'No governo Lula, comprei minha casa; no governo Lula, conquistei a
minha formação superior (Fies); no governo Lula, eu era feliz' — Foto:
Stephanie Rodrigues/g1
Apoiadora do petista segura cartaz com
a frase: 'No governo Lula, comprei minha casa; no governo Lula, conquistei a
minha formação superior (Fies); no governo Lula, eu era feliz' — Foto:
Stephanie Rodrigues/g1
Torcedor do Corinthians (SP), Lula
brincou com os apoiadores e disse estar "triste" porque seu time foi
derrotado pelo Flamengo (RJ) na final da Copa do Brasil nesta quarta-feira
(19). Lula destacou, no entanto, que sua esposa, Janja, que é flamenguista,
estava feliz.
Antes do ato em São Gonçalo, Lula
concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Ele disse que os decretos editados
pelo presidente Jair Bolsonaro que facilitaram acesso a armas no país estão
permitindo ao narcotráfico se modernizar com a autorização do governo.
O acesso mais fácil da população às
armas de fogo foi uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro em
2018. Os decretos editados pelo presidente facilitam a compra de armas de fogo
e munição, além da posse de armamento no país.
Esses decretos foram questionados na
Justiça e, em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) limitou os efeitos
deles.
"Agora não precisa mais se preocupar com tráfico de armas nas fronteiras porque os decretos do Bolsonaro liberou (sic) armas para todo mundo. E quem está adquirindo armas não são as pessoas honestas nesse país, não são as pessoas de família, os trabalhadores desse país", disse Lula durante entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro.
"Quem está tendo acesso a arma, que antes era obrigado a invadir um arsenal da Marinha, do Exército, da Aeronáutica ou da Polícia Militar do estado. Hoje não. Hoje o narcotráfico, o crime organizado vai livremente comprar armas. Pode comprar quantos fuzis quiser, quantas metralhadoras, quantas pistolas, e pode comprar milhares de cartuxos", continuou o candidato do PT.
"O que nós estamos vendo é o
narcotráfico se preparando, se modernizando com autorização do governo para
poder enfrentar não só a polícia, mas enfrentar a tranquilidade da sociedade
brasileira", completou ele.
Lula voltou a dizer que, se eleito, irá
recriar o Ministério da Segurança Pública e que irá trabalhar junto com os
governos estaduais no combate à criminalidade. Ele também propôs
"estabelecer um novo padrão de controle" sobre as armas em circulação
no país.
O candidato do PT defendeu ainda uma
revisão das leis sobre drogas para evitar a prisão de dependentes químicos,
além do investimento em estrutura de saúde para tratar esses usuários.
"O usuário precisa de tratamento,
de recuperação, de centros de excelência pra gente tratar e não simplesmente
achar que a cadeia resolve o problema de uma pessoa que é viciado. Ele é um
dependente químico, portanto nós temos que cuidar da saúde dele e tentar
prepara-lo", disse o petista.
Campanha no RJ
À tarde, o petista faz uma nova caminhada, desta vez pelo bairro de Padre Miguel, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
A mais recente pesquisa Datafolha
aponta que Lula tem 49% das intenções de voto no segundo turno. O presidente
Jair Bolsonaro (PL) tem 45%.
Encomendada pela Globo e pela
"Folha de S.Paulo", a pesquisa mostra que a diferença entre os
candidatos está no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais,
para mais ou para menos, com o petista em vantagem.
O novo levantamento foi feito entre segunda (17) e quarta (19), e os resultados se referem à intenção de voto no momento das entrevistas.
0 Comentários