O presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou hoje, em entrevista ao Metrópoles, o que teria a ver com o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) dar tiros contra policiais federais. Bolsonaro tenta descolar sua imagem de Jefferson (PTB), que atirou neste domingo (23) contra dois agentes da PolÃcia Federal e foi preso. O que eu tenho a ver com o Roberto Jefferson? Eu tenho vários amigos pelo Brasil, se algum faz uma besteira, o que eu tenho a ver com isso? (...) O que eu tenho a ver com o Roberto Jefferson dar tiro nos outros, meu Deus do céu? Pelo amor de Deus.
Bolsonaro se exaltou quando a jornalista do Metrópoles disse que Jefferson seria um aliado "de primeira hora" do presidente. Ele negou que conversasse com Jefferson sobre as eleições. "Ele [Roberto Jefferson] teve candidato à presidência da República. Eu fiquei sabendo do Padre naquele dia quando faltou o Lula [no debate], ou melhor, quando faltou um candidato ali, ele entrou naquela vaga. Eu nunca conversei com Roberto Jefferson sobre eleições."
O presidente também minimizou as tabelinhas que fazia com Padre Kelmon (PTB), que substitui o nome de Jefferson, nos debates do primeiro turno e criticou os nomes de Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). "O Padre teve ali uma posição não da minha defesa, da defesa dos valores da famÃlia, liberdade, essa que foi a posição dele." Antes, Bolsonaro disse que o ex-deputado federal preso chegou a fazer uma queixa-crime contra ele no STM (Superior Tribunal Militar) e voltou a se desvencilhar da imagem do aliado.
"Que onda fizeram com o caso Roberto Jefferson contra mim? O que eu tenho a ver com a vida do Roberto Jefferson? E mais ainda: 'Ai, ele é amigo do Bolsonaro'. Ué, amigo? Que no dia 16 de setembro entrou com uma queixa-crime contra mim no Superior Tribunal Militar. Que amigo é esse? Agora, o que eu sabia é que ele queria que eu fizesse certas coisas que eu não vou fazer. Não veio pessoalmente falar nada comigo no tocante a isso. (...) Essa pessoa é minha amiga? O que eu tenho a ver com as ações dela? Nada." Segundo Bolsonaro, após saber do ocorrido, ele determinou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, se deslocasse para a residência de Jefferson para "a prisão ser feita o mais rápido possÃvel".
"O Roberto Jefferson tinha tudo para continuar a sua batalha pela liberdade, agora, quando ele atira em direção aos policiais, atira uma granada, que seja granada de efeito moral, ele perdeu completamente a razão e vai responder agora por tentativa de homicÃdio. Lamento, mas não posso concordar com isso." Sobre o episódio de ataques machistas e misóginos à magistrada, Bolsonaro classificou o aliado como "bandido" já que essa seria o tratamento para quem "atira em policiais".
"Caso Roberto Jefferson: Alguma coisa aconteceu com ele, falou besteira, no tocante à ministra Cármen Lúcia, no tocante chamando-a de um palavrão esquisito, comparando a essas pessoas, houve a prisão e ele resolveu reagir e atirou em policiais. Para mim, quem atira em policiais o tratamento dispensado tem que ser bandido."
UOL
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