O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou nesta segunda-feira que a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, pode ser candidata à Presidência da República pelo partido a partir das eleições de 2030. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa no evento de filiação de Lyra a sua sigla.
— Não tenho dúvidas de que, com a reeleição de Raquel, o Brasil começará a sonhar com ela na Presidência — afirmou Kassab, que também anunciou a nomeação da governadora como presidente estadual do PSD, substituindo André de Paula.
Kassab afirmou ainda que Raquel Lyra é uma das mulheres mais proeminentes da política atual e manifestou esperança de que ela será reeleita em 2026.
O evento de filiação ocorreu em Recife e contou com a presença dos três ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que fazem parte do PSD Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Aquicultura e Pesca). As senadoras Eliziane Gama (MA) e Zenaide Maia (PB) também prestigiaram a pernambucana.
Primeiro a discursar, André de Paula disse estar emocionado com a filiação de Raquel Lyra, a quem classificou como uma das maiores lideranças nacionais.
— Hoje, estou entregando a presidência estadual a Raquel Lyra, que nos liderará. Raquel, você sabe que eu tinha uma vontade enorme de estar ao seu lado. A casa é sua, e nós vamos ganhar a próxima eleição — declarou o ministro.
Alexandre Silveira, por sua vez, prometeu auxílio à governadora da Esplanada dos Ministérios, em nome dos três titulares.
— Nós, três ministros, vamos trabalhar para defender os interesses de Pernambuco com Raquel. Nós estaremos de mãos dadas para mostrar a importância de você continuar defendendo os interesses como governadora (...) nossos gabinetes vão se estender por todos de Brasília.
A presença de ministros e aliados do governo federal reforçou a intenção de Raquel Lyra de estreitar laços com o Planalto. Nas últimas semanas, a governadora tem intensificado articulações em Brasília, especialmente com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), a quem considera um aliado próximo. Em Pernambuco, o PT está dividido enquanto a ala estadual apoia Lyra, o diretório municipal mantém aliança com João Campos.
A
saída de Raquel Lyra do PSDB reflete a fragilidade do partido em nível
nacional. No PSD, a governadora terá acesso ampliado a recursos partidários,
considerados estratégicos para sua candidatura à reeleição em 2026. Outro fator
relevante é o tempo de propaganda eleitoral. Com 42 deputados federais e o
maior número de prefeituras do país, o PSD oferecerá a Lyra um tempo de
televisão significativamente maior, o que será crucial em um eventual confronto
com João Campos, que deve reunir grande parte da esquerda em uma coligação.
O Globo
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