A indicação de Zanin e o desconforto dos advogados próximos a Lula

Sem prazo para Lula anunciar sua indicação à vaga do ex-ministro Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF), advogados progressistas do entorno do presidente não escondem seu desconforto com a indicação de Cristiano Zanin (foto). O mal estar ocorre principalmente nos dois círculos mais próximos ao governo , o Prerrogativas e o Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).

A O Antagonista, advogados afirmam ser um equívoco enorme nomear o advogado pessoal para o Supremo: “Não sabemos o que ele [Zanin] pensa sobre 99% da Constituição”, comenta uma advogada que atua nos tribunais superiores. “Ele sequer é de esquerda”.

Há ainda outro tema que provoca calafrios em juristas nos bastidores, que é a formação jurídica aguada do candidato. Zanin é formado em Direito pela PUC-SP e tem uma especialização em direito processual civil pela mesma universidade, mas sequer ingressou no mestrado. Escreveu, em parceria com o advogado Rafael Valim e com a advogada Valeska Teixeira Zanin Martins, sua esposa, dois livros sobre lawfare e a Lava Jato.

“Ele é um excelente advogado, mas não tem leitura, não tem densidade, não tem trajetória de produção intelectual. Não existe prova de títulos para quem pretende ir ao Supremo, mas é preciso ter ‘milhagem’, e isso falta a Zanin”, comentam juristas ouvidos pelo O Antagonista.

Dias Toffoli é o único da Corte a ter concluído apenas o bacharelado, como Zanin. E não escreveu sequer um livro, apenas artigos e apresentações de livros de outros autores.

O Antagonista

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