Folha de Pernambuco - O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, informou, nesta segunda-feira (22), que já se colocou à disposição do Governo do Estado por duas vezes para tratar de assuntos de interesse de Pernambuco, mas até agora não foi procurado pela governadora Raquel Lyra (PSDB).
Câmara, que participou de um café da manhã com empresários promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de Pernambuco (CIEPE) afirmou que “desde que assumiu o banco vem fazendo um processo de aproximação” com todos os atores econômicos e que isso não é diferente em relação a Pernambuco.
“Tão logo assumimos, entramos em contato com o Governo e estamos aguardando retorno”, explicou Paulo ao falar sobre a possiblidade de debater pautas prioritárias para o Estado com Raquel - que, nem mesmo após assumir o Palácio do Campo das Princesas, deixou de fazer críticas quase diárias à gestão anterior.
“A partir do momento em que o Governo quiser conversar conosco, nos colocamos à disposição a qualquer dia e a qualquer horário. Nosso intuito é estar junto dos estados nordestinos e também aos municípios do norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo”, explicou o presidente do Banco.
Finanças do Estado
Durante a conversa com o setor industrial, o ex-governador foi questionado sobre a real situação financeira do Estado quando ele deixou o cargo, principalmente, em relação a sua capacidade investimento diante das constantes acusações feitas pela própria governadora.
“Tenho muita convicção de que o nosso trabalho nos últimos 8 anos foi feito para deixar o Estado em uma condição que nunca ocorreu. Se formos olhar os números de 31 de dezembro de 2022, foi o melhor dos últimos 30 anos”.
Ele explica que a referência de 30 anos leva em conta o fato de, nesse período, ter sido possível registrar uma contabilidade mais precisa porque foi quando a inflação recuou e o Plano Real se consolidou.
“Pernambuco tem hoje uma capacidade de acesso ao crédito e de investimento que nunca teve. No ano passado, investimos R$ 4 bilhões, um recorde na história depois de anos de muito sofrimento. Quem acompanhou, viu o que aconteceu depois de 2015”, ressaltou lembrando das crises econômicas e da pandemia.
Créditos autorizados
Paulo explicou ainda que o Estado fez todo o esforço possível para ter acesso aos R$ 4 bilhões investidos e ainda deixar R$ 3 bilhões em empréstimos autorizados junto ao Governo Federal – o que garante a contratação de empréstimos de forma mais fácil e barata - para novos investimentos e novas operações de crédito.
“Isso dá uma condição efetiva de Pernambuco ter um volume expressivo de recursos para projetos que possam suprir os próximos anos”.
No entanto, ele reforçou a necessidade da atual gestão cumprir o trâmite de apresentar os projetos e conversar com as instituições de concessão de crédito, principalmente, os organismos internacionais com Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Tem um caminho aberto que vai ajudar muito Pernambuco. Não tenho dúvida de que a forma que deixamos o Estado, do ponto de vista econômico, é muito positiva: menor nível de endividamento, menor nível de comprometimento da receita com a folha de pagamento, maior capacidade de investimentos da história. Esperamos que as oportunidades – que nós não tivemos nos últimos 8 anos – sejam aproveitadas para o Governo ter um investimento sustentável e não só em um ano”.
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