Por Magno Martins - A cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), por unanimidade do colegiado do Tribunal Superior Eleitoral, em razão de pendências no registro da sua candidatura, acendeu a luz amarela no Congresso e criou um clima de tensão. Já se fala numa lista de possíveis seis parlamentares que também estariam na degola, entre eles Clarissa Tércio (PP).
Ela e os colegas André Fernandes (PL-CE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) respondem a processo por suposta incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro, que resultaram na depredação dos prédios dos três poderes. A decisão unânime da Justiça Eleitoral, na noite de terça-feira (16), em relação a Dallagnol, gerou receio entre os parlamentares.
Acreditam que existe uma interferência direta do governo, como espécie de "vingança" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - por conta da Operação Lava-Jato. Nos bastidores da oposição, há um entendimento de que o "próximo da lista" pode ser o colega de Deltan na Lava-Jato, o senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da força-tarefa.
Ele acumula processos na Justiça como, por exemplo, uma ação protocolada pelo PL que o acusa de ultrapassar o teto de sua candidatura ao Senado. O partido aponta que ele gastou aproximadamente R$ 4,4 milhões. O ex-juiz também deverá apresentar sua defesa na denúncia de calúnia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A ação se refere ao comentário dele que, em vídeo, falou "comprar um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes". Na representação entregue à Corte, o Ministério Público Federal (MPF) sugeriu que Moro seja condenado e perca o mandato, caso a pena aplicada seja superior a quatro anos de prisão.
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