A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu nesta quarta-feira que a Petrobras passe a investir na produção de energia renovável. Marina participa de comissão na Câmara acompanhada do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. O órgão é atualmente alvo de forte críticas vindas, principalmente, do Congresso, após o instituto vetar a exploração de petróleo do Foz do Amazonas, em águas profundas do Amapá.
"Eu tenho insistido no debate que países como o Brasil e a Petrobras deve imediatamente deixar de ser apenas uma empresa de exploração de petróleo para ser uma empresa de produção de energia", disse a ministra aos parlamentares. E reforçou: "Nós vamos alcançar o pico, depois entrar em declínio e vamos ter um momento que a fonte de geração vai desaparecer. Temos que urgentemente fazer o debate sobre fontes alternativas".
Na terça-feira, Marina afirmou que a decisão de negar a licença estava tomada e seria cumprida. Mas afirmou que a companhia poderia dar início a um novo processo de licenciamento ambiental." Nós com carvão, gás e petróleo conseguimos avanços enormes. Só que o uso dessa fonte de energia está levando para a destruição do planeta e o mundo está tendo que transicionar para novas fontes", defendeu.
Durante a audiência na Câmara, o presidente do Ibama afirmou que "se tivesse algo contra a Petrobras, não estaria emitindo licença para exploração de petróleo". Segundo Agostinho, este ano o instituto já emitiu 23 licenças ambientais para a estatal. Para ele, o número mostra que as decisões do órgão são técnicas, e que não há nenhum posicionamento contrário à empresa, em si.
— Ano passado, o Ibama emitiu 53 licenças para a Petrobras e este ano estamos analisando 100 processos de licenciamento de petróleo. Não pensem que foi uma decisão política.
A Petrobras divulgou nesta manhã comunicado que informa que vai protocolar, ainda nesta semana, pedido ao Ibama para reconsiderar a negativa de licença ambiental para perfurar um poço no Foz do Amazonas.
A Bacia da Foz do Amazonas fica na chamada Marquem Equatorial, região que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e é considerada a nova fronteira petrolífera no Brasil. A área abriga grande biodiversidade marinha, colocando em lados opostos a ministra Marina e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que defende o projeto da estatal de exploração de petróleo na região.
Por Agência O Globo
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