“Covardia”, diz pai de Gabriel Monteiro sobre fim da saidinha

O deputado federal Roberto Monteiro, do PL, pai do ex-vereador pelo Rio de Janeiro Gabriel Monteiro, antecipou seu voto contra o projeto de lei que acaba com a saída temporária de presos no Brasil. O parlamentar classificou a medida como uma “covardia” com os detentos que cumprem os critérios de comportamento e os prazos de retorno aos presídios.

“Eu sempre fiz trabalhos em presídios, trabalhos sociais. Eu sou pai de Gabriel Monteiro e todo sábado eu estou lá em Bangu 8. E eu vejo o seguinte: que é um covardia cercear aqueles que estão privados de sua liberdade e que dentro do cárcere cumprem literalmente, como manda o figurino, tudo direitinho”, disse Monteiro.

Segundo o deputado, caso o projeto seja aprovado, a maioria dos presos que cumprem os requisitos para a “saidinha” acabará sendo prejudicada pelas “atrocidades” cometidas por uma minoria.

“Por causa desses malfeitores que, por uma saidinha, fazem atrocidades, barbaridades e que a mídia apresenta com muita clareza, um coletivo de 95% não pode pagar por 5% daqueles malfeitores. Então, eu torço para que essa Casa não concorde com essa situação. Porque tem que ser pesado o crivo daqueles malfeitores que saem, não voltam e fazem atrocidades. Aqueles 95% que retornam ao sistema carcerário não podem pagar o preço”, argumentou.

O projeto de lei que acaba com a “saidinha” de presos foi aprovado pelo Senado em fevereiro, com alterações, e retornou para nova votação na Câmara dos Deputados. A principal mudança, proposta pelo senador Sergio Moro, refere-se à permissão para presos em regime semiaberto deixarem a cadeia para participar de cursos profissionalizantes e frequentar o ensino médio ou o ensino superior.

Atualmente, os presos em regime semiaberto podem deixar os presídios cinco vezes por ano, por cinco dias de cada vez, para visitar a família. O relator do projeto na Câmara, Guilerme Derrite, votou pela aprovação das mudanças feitas no Senado.

O ex-vereador Gabriel Monteiro foi preso em 2022 acusado pelo estupro de uma jovem de 23 anos em uma boate na Barra da Tijuca, sob ameaça de uma arma de fogo. Ele teve o mandato cassado no mesmo ano e responde na Justiça pelo estupro e por ter gravado e guardado as imagens de relações sexuais com uma menor de idade.

Por Paulo Cappelli

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