O presidente do PT do Recife, Cirilo Mota, reagiu à fala do deputado estadual João Paulo (PT) sobre a estratégia da legenda para as eleições na capital pernambucana este ano. Em entrevista ao programa Folha Política da Rádio Folha FM 96.7 de ontem (11), João Paulo criticou a condução da própria legenda na discussão sobre a vaga de vice na chapa liderada pelo prefeito João Campos (PSB) nas eleições deste ano. "Discussão para a vice não se faz da forma como nós viemos conduzindo aqui no Recife. Considero um erro", declarou João Paulo. Para Cirilo Mota, a afirmação do parlamentar é uma "tentativa de dividir o PT".
"João Paulo é uma espingarda de três canos, que não existe no mercado. Ele quer dar três tiros ao mesmo tempo, em 2024, 2026 e 2028. Ele quer ser vice (de João Campos), depois prefeito e candidato de novo em 2028. Está querendo entrar no jogo, mas nós abrimos uma inscrição para a vaga de vice do PSB e ele não se inscreveu, por exemplo. Esse movimento é uma aposta para dividir o PT e ajudar à oposição. Mas não vão dividir o PT", afirmou Mota.
Cirilo Mota ressaltou que o PT municipal tem uma resolução aprovada que determina a aliança com o PSB e que a estratégia passou pela Executiva Nacional. "Estamos muito centrados. Essa questão já foi discutida com a presidente nacional do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e com o presidente Lula. A tática é de aliança. Qual é o erro? Se o próprio presidente Lula entrou no circuito para colaborar com essa tática?", questionou Cirilo Mota.
Na opinião dele, não existe a possibilidade de o PT não estar na vice de João Campos. Sobre o movimento do prefeito João Campos de filiar quatro secretários em partidos diferentes nas últimas semanas, ampliando as opções para compor a chapa de reeleição, Cirilo Mota afirmou que faz parte do jogo e que não vê nada demais.
Filiações
O prefeito João Campos (PSB) diversificou as opções de nomes que podem ser escolhidos para a vaga de vice no grupo liderado por ele. A secretária de Finanças do Recife, Maíra Fischer, entrou no União Brasil. Já o chefe de gabinete de Campos, Victor Marques, foi filiado ao PCdoB, na última semana. Antes disso, a secretária municipal de Infraestrutura, Marília Dantas, ingressou no MDB e o secretário de Planejamento, Filipe Matos, filiou-se ao Republicanos. Os quatro gestores têm proximidade com Campos e são considerados pessoas de confiança do prefeito. Toda a articulação visa deixar João Campos confortável para renunciar em 2026 e disputar a eleição para o Governo do Estado.
Por Larissa Rodrigues
0 Comentários