Blog do Magno Martins - Da mesma forma que Eduardo Campos recorreu a um técnico nas eleições de 2012, no Recife, convocando Geraldo Júlio, egresso do Tribunal de Contas do Estado, para disputar a Prefeitura, e em 2014, na sucessão estadual, escolhendo Paulo Câmara, também servidor concursado do TCE, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), herdeiro político do pai, está, em silêncio, maturando também o nome de uma técnica para fechar a sua chapa como vice.
Cotadíssima, Marília Dantas é uma jovem engenheira, que toca um orçamento anual de R$ 1 bilhão na Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura do Recife. Não é recifense, mas vem de um berço histórico de lutas, da localidade de Tejucupapo, em Goiana, na Zona da Mata.
João Campos conheceu Dantas por uma indicação do engenheiro Roberto Gusmão, ex-secretário de Infraestrutura na gestão Geraldo Júlio, que começou na vida pública pelas mãos do ex-governador Miguel Arraes. À frente da mesma pasta, a afilhada de Gusmão é a executora das principais obras da gestão municipal. Antes de passar pelo teste das urnas na reeleição em outubro, o prefeito deve entregar duas obras simbólicas que vêm sendo tocadas por ela – as pontes da Iputinga ao bairro de Monteiro, ao custo de R$ 48 milhões, e a ponte ligando a Avenida Recife ao bairro da Lagoa do Araçá, orçada em R$ 90 milhões.
A alternativa Marília Dantas na vice vai gerar uma tensão natural do prefeito com o PT, mas resolve, definitivamente, o que ele imagina para um cenário confortável, caso em 2026 venha a disputar o Governo do Estado: passar a Prefeitura, caso reeleito, para uma pessoa da sua extrema confiança, que possa dar continuidade ao seu projeto para o Recife.
Marília
Dantas ainda não é filiada a nenhum partido político, mas deve assinar a ficha
do PSB até a próxima sexta-feira, quando vence o prazo para filiações e troca
de partido. Isso se dará, entretanto, na surdina, sem atos ou comemorações,
para não dar o indicativo de que ela será de fato a ungida para fechar a chapa.
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