Ao encerrar os trabalhos da 54ª Reunião da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (Alide), que contou com a participação de 250 representantes de 26 países, o anfitrião do evento e presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, conversou sobre como a instituição vem atuando para garantir que seus financiamentos observem diretrizes como desenvolvimento social, sustentabilidade e resiliência.
Sustentabilidade
“Estamos sempre participando dessas discussões e presentes em vários projetos – em muitos com uma participação menor. Ano passado, a gente conseguiu financiar empreendimentos energia eólica e solar em um total de R$ 200 milhões. E em outros projetos de financiamento sempre temos buscado garantir contrapartidas nessas áreas e acompanhamos o cumprimento. É muito raro um grupo econômico fazer um investimento e ficar só nele. Então, quando ele vai pedir outro crédito, vai ter que o seu histórico é analisado.
Hidrogênio
“A federação das indústrias (do Ceará) tem uma forte atuação em relação ao assunto. E teve um papel importante de agregar muita gente nesse debate. O estado já tem mais de dez protocolos de intenção para desenvolvimento do hidrogênio verde e de um tema que ganhou força somente no ano passado. Os outros estados também têm protocolos, mas há um nível alto de confidencialidade nesse setor. Todos têm potencial para projetos na área, mas vai depender da capacidade de cada governo de oferecer as melhores condições para os investidores.”
Empreendedor
“A prioridade do banco é com o micro e pequeno. Então, já temos esse olhar porque 60% dos recursos são para esse tipo de financiamento. O recorte espacial também recebe um olhar especial porque precisamos estar, primeiro, nos municípios do semiárido. Só que os municípios de semiárido representam 76% da região. Isso não é uma política isolada porque a territorialidade tem uma lógica. E o BNB tem informações sobre as potencialidades desses territórios. E somos muito demandados também. Esses arranjos produtivos atuam de forma organizada e fazem essa demanda.”
Carteira
“Hoje, o FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste)
representa 80% da nossa carteira. No ano passado, por exemplo, investimos cerca
de R$ 14 bilhões de outras fontes. Queremos ampliar esse volume para mais R$ 10
bilhões.”
Folha de Pernambuco
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