O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, anda inconformado com reclamações da família Bolsonaro, para quem o partido não deveria ter recorrido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o intuito de cassar o mandato de Sérgio Moro (União Brasil-PR).
“O pessoal da direita esqueceu tudo o que o Moro falou do Bolsonaro quando saiu do governo”, disse Valdemar à Coluna do Estadão. “Ele queria ser candidato a presidente da República. Achava que derrotaria o Bolsonaro”.
Um levantamento feito pela cúpula do PL mostra as principais acusações que Moro fez contra o então presidente Jair Bolsonaro após deixar o Ministério da Justiça, em abril de 2020. Em janeiro de 2022, por exemplo, o ex-juiz da Lava Jato escreveu no antigo Twitter que o combate à corrupção era só mais um discurso do “estelionato eleitoral” praticado por Bolsonaro.
Em abril daquele mesmo ano, ele chegou a chamar o chefe do Executivo de mentiroso. “Assim como Lula, Bolsonaro mente”, destacou Moro na rede social. “Nada do que ele fala deve ser levado a sério. Mentiu que era a favor da Lava Jato, mentiu que era contra o Centrão, mentiu sobre vacinas, mentiu sobre a Anvisa e o Barra Torres e agora mente sobre mim. Não é digno da Presidência.”
No último dia 22, o PL recorreu ao TSE da sentença proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná que, por 5 votos a 2, absolveu Moro da acusação de abuso do poder econômico na campanha para o Senado, em 2022. Foi naquela disputa que o ex-juiz da Lava Jato venceu o candidato do PL, Paulo Martins.
“Tem
um problema político aí”, admitiu Valdemar. “O Paulo Martins já tinha passado o
Moro, mas ‘fajutaram’ uma pesquisa na época e começaram a colocar em todo
lugar. Depois da eleição, o instituto de pesquisa disse que tinha errado”.
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