Em seu primeiro discurso após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamar sua vitória nesta segunda-feira (29), o ditador Nicolás Maduro afirmou que Deus “colocou a sua mão” no curso das eleições para que ele seguisse “na missão” de dirigir a Venezuela. Ele também disse ser filho do “nosso Senhor, Jesus Cristo” e agradeceu “a todo povo cristão” por suas “orações”.
– Nós somos Bolívar, Zamora, Huaycaipuro, Negro Primero, mas acima de tudo somos filhos do nosso Senhor, Jesus Cristo. Somos o povo de Cristo. Quero agradecer a todo o povo cristão pelas suas orações, pelas suas bênçãos, pelo seu amor (…) Deus colocou sua mão para que eu seguisse na missão – declarou.
O chavista também falou em “respeitar esta Constituição” e advertiu para que “ninguém tente manchar esta bela jornada que o povo da Venezuela viveu”.
– A jornada que vivemos foi extraordinária, única, atípica. É a jornada que vivemos. Sou um homem de paz. Sou um homem de diálogo. Nunca, jamais pensei, jamais, em estar em cargos públicos de relevância. Sempre fui movido com muita força pelo espírito de lutar pela Venezuela. Desde muito jovem, sempre acreditei na revolução socialista – acrescentou.
Maduro foi proclamado presidente pelo terceiro mandato consecutivo sem que o CNE apresentasse as atas que comprovam a vitória do chavista. O pleito está marcado por denúncias de fraude por parte da oposição e suspeitas internacionais.
O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, está na Venezuela. Ele se reunirá com representantes de Maduro, observadores internacionais e dirigentes da oposição para debater as eleições venezuelanas antes de retornar ao Brasil. A ideia é obter informações mais sólidas antes de alinhar qual será a posição brasileira sobre o pleito no país vizinho.
Ao menos nove países solicitaram uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para debater o tema. São eles: Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana. Os Estados Unidos manifestaram “preocupação”, e a Espanha reforçou os pedidos para que as atas sejam divulgadas.
Por Thamirys Andrade
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