O Itamaraty enviou uma orientação à embaixadora do Brasil na Venezuela para que ela não compareça, nesta segunda-feira (29/7), à proclamação da vitória de Nicolás Maduro. A instrução a Gilvânia Maria de Oliveira foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, o chanceler Mauro Vieira.
A recomendação foi dada após a postura de cautela do governo brasileiro em relação às eleições venezuelanas. Autoridades internacionais adotaram posição semelhante e passaram a exigir transparência, além de não reconhecerem, de imediato, o resultado da suposta reeleição de Maduro.
Por meio de comunicado, o Itamaraty informou que aguarda a publicação, por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, dos dados desagregados por mesa de votação. Esse é um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, na visão do órgão. O site do conselho continua fora do ar.
A mesma cobrança pelos dados já havia sido feita mais cedo por Estados Unidos, Europa e países da América Latina. O assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, afirmou, também nesta segunda, que existe um incômodo pela falta de transparência no processo eleitoral do país vizinho.
Segundo Amorim, o governo brasileiro prefere aguardar os
dados antes de se manifestar sobre o resultado do pleito venezuelano. O
assessor foi enviado à Venezuela, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), e deve retornar ao Brasil na terça-feira (30/7). Ele disse que, sem
a verificação das atas de votação, “fica difícil reconhecer” a transparência do
pleito.
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