O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ameaçou usar armas nucleares e destruir a Coreia do Sul se provocado, relataram nesta quinta-feira (3), pelo horário de Brasília, os meios de comunicação estatais, de acordo com a Associated Press (AP).
A ameaça ocorreu após o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, ter advertido que o regime de Kim colapsaria caso tentasse usar armas nucleares.
Ao revelar o mais poderoso míssil balístico Hyunmoo-5 da Coreia do Sul e outras armas, Yoon disse que o dia em que a Coreia do Norte tentasse usar armas nucleares seria o fim do governo de Kim, pois ele enfrentaria "a resposta resoluta e avassaladora" da aliança Sul-Coreana e dos Estados Unidos (EUA).
A troca de ameaças entre as Coreias não é nova, mas os comentários mais recentes ocorrem em meio a animosidades aumentadas devido à recente divulgação pela Coreia do Norte de uma instalação nuclear e à continuidade de testes de mísseis.
Na próxima semana, observadores afirmam que o parlamento da Coreia do Norte deve declarar constitucionalmente um sistema "de dois estados" na Península Coreana para rejeitar formalmente a reconciliação com a Coreia do Sul e codificar novas fronteiras nacionais.
A fala de Kim foi durante uma visita a uma unidade de forças de operações especiais. Ele disse que seu exército “usaria sem hesitação todas as forças ofensivas que possui, incluindo armas nucleares”, se a Coreia do Sul tentasse invadir a soberania da Coreia do Norte, de acordo com a Agência de Notícias Central da Coreia.
“Se
essa situação ocorrer, a existência permanente de Seul e da República da Coreia
seria impossível”, disse Kim, usando o nome oficial da Coreia do Sul.
Em um comentário desdenhoso, Kim chamou Yoon de "um homem anormal", dizendo que "o fantoche Yoon se gabou de uma contrarresposta esmagadora de força militar à porta de um estado que possui armas nucleares".
Ameaça
de Kim
Desde a adoção de uma doutrina nuclear escalonada em 2022, Kim tem ameaçado repetidamente usar armas nucleares de forma preventiva. Segundo a AP, muitos especialistas estrangeiros dizem que ainda é improvável que ele use suas armas nucleares primeiro, pois seu exército está superado pelas forças dos EUA e seus aliados.
Em julho, a Coreia do Sul e os EUA assinaram uma diretriz de defesa sobre a integração das capacidades convencionais da Coreia do Sul com as forças nucleares dos EUA para lidar melhor com o avanço do programa nuclear da Coreia do Norte. A Coreia do Sul não possui armas nucleares.
Ainda conforme a agência, as trocas de ameaças entre as Coreias estão no pior ponto em anos, com a provocativa série de testes de mísseis de Kim e os exercícios militares sul-coreanos e americanos intensificando um ciclo de represálias.
Todos os canais de comunicação e programas de intercâmbio entre os rivais permanecem paralisados desde 2019, quando uma diplomacia mais ampla entre os EUA e a Coreia do Norte para acabar com o programa nuclear de Kim entrou em colapso.
Em
janeiro, Kim pediu a reescrita da constituição da Coreia do Norte para eliminar
a ideia de uma unificação pacífica entre os países divididos pela guerra e para
cimentar o Sul como um “inimigo principal inalterável”. G1
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