Diferentemente do PT, que priorizou Guilherme Boulos (PSol) em detrimento a petistas, o PL de Bolsonaro turbinou as doações do fundo eleitoral para seus próprios candidatos a prefeitos nas capitais.
Levantamento da coluna revela que, em praticamente todas as 13 capitais onde tem candidatura própria, o PL doou proporcionalmente mais a seus candidatos que ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.
Ao todo, o PL doou R$ 17 milhões para Nunes, o que tornou o partido o maior doador da campanha do emedebista. O montante representa 25% do teto de gastos dos candidatos a prefeito da capital paulista.
Em 12 das 13 cidades onde tem candidato próprio a prefeito este ano, o PL repassou proporcionalmente mais recursos do fundo eleitoral do que repassou a Nunes.
A exceção é Vitória, onde a legenda de Jair Bolsonaro dou R$ 2,1 milhões para Capitão Assunção, candidato do partido à prefeitura. O valor representa 22% do que o militar pode gastar no primeiro turno.
Já em outras cidades o PL chegou a ultrapassar o limite de gastos. Em Belém, por exemplo, a sigla repassou R$ 2,4 milhões para Eder Mauro (PL-PA), mais do que o teto para os candidatos a prefeito na cidade (R$ 2,092 milhões).
O cenário se repetiu em João Pessoa. Na capital paraibana, o PL repassou R$ 3,9 milhões para a campanha do ex-ministro Marcelo Queiroga à prefeitura, sendo que o limite de gastos na cidade é de R$ 3,6 milhões.
Investimento reflete em algumas campanhas
O investimento do PL tem refletido no resultado de alguns candidatos nas capitais. A candidata da sigla a Prefeitura de Aracaju, Emília Côrre, por exemplo, lidera a pesquisa Quaest, com 36% das intenções de voto.
Em Fortaleza, o deputado federal André Fernandes aparece com 25%, tecnicamente empatado na margem de erro com Evandro Leitão (PT), que tem 26%, segundo a Real Time Big Data.
Em Maceió, o atual prefeito JHC (PL), registrou 72,6% das intenções de voto na pesquisa Quaest, o que indica uma reeleição ainda no primeiro turno. Em Palmas, Janad Valcari (PL) lidera com 42%.
Veja as doações do PL a candidatos do partido nas capitais:
Aracaju (Emília Côrrea): R$ 5.500.000,00 (98,7 %do teto)
Fortaleza (André Fernandes): R$ 13.238.900,00 (72% do teto)
João Pessoa (Marcelo Queiroga): R$ 3.957.000,00 (108% do
teto)
Maceió (João Henrique Caldas): 6.200.000,00 (93% do teto)
Recife (Gilson Machado): R$ 6.000.000,00 (61,3% do teto)
Belém (Eder Mauro): 2.442.675,68 (116,7% do teto)
Manaus (Capitão Alberto): 6.200.000,00 (53,8% do teto)
Palmas (Janad Valcari): R$ 5.000.000,00 (43,51% do teto)
Belo Horizonte (Bruno Engler): R$ 15.000.000,00 (37,97% do
teto)
Rio de Janeiro (Alexandre Ramagem): R$ 26.000.000,00 (88,4%
do teto)
Vitória (Capitão Assumção): R$ 2.102.000,00 (22% do teto)
Cuiabá (Abílio): R$ 8.745.000,00 (65,64% do teto)
Goiania (Fred Rodrigues): R$ 2.512.000,00 (28,87% do teto)
PT priorizou Boulos
Como noticiou a coluna, o PT turbinou as doações para a campanha de Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo, mas deixou os próprios candidatos petistas a prefeito em segundo plano.
Enquanto contribuiu com quase metade do que Boulos pode gastar no primeiro turno, o partido de Lula doou bem menos, proporcionalmente, a candidatos do PT à prefeitura de outras capitais.
Levantamento feito pela coluna mostra que nove dos 13 candidatos petistas a prefeitos de capitais receberam, proporcionalmente, bem menos da metade do teto de gastos de suas campanhas — e menos que Boulos.
Em nota, a assessoria da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, argumentou que Boulos é o candidato apoiado pela sigla em São Paulo e tem como vice Marta Suplicy, que é filiada à legenda.
O partido disse ainda que o recursos destinados à chapa
Boulos-Marta são “proporcionais à população da capital (paulista) e
correspondem às prioridades eleitorais do PT”.
Por Milena Teixeira
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