Raquel sobre mudança de partido: “Qualquer decisão vai ser publicizada por mim”

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), comentou nesta terça-feira sobre sua possível desfiliação do PSDB e migração ao PSD. Em coletiva de imprensa, Lyra não garantiu sua ida e disse que "qualquer decisão" ainda será anunciada. Apesar de segurar o anúncio oficial, sua troca partidária foi antecipada pela coluna de Lauro Jardim, do GLOBO, e é dada como certa nos bastidores.

— Qualquer decisão vai ser publicizada por mim. Tenho feito discussões muito importantes com o meu partido, acabamos de fazer do PSDB o partido com mais prefeitos em Pernambuco. Sou grata ao partido por tudo que me permitiu construir até aqui — disse Lyra.

A governadora também fez afagos ao PSD, mas disse que, por enquanto, tudo não se trata de "especulação".

— Partidos como o PSD têm sido grandes parceiros da nossa gestão e do nosso apoio político, mas não tem nenhum anúncio feito por mim. Por enquanto, o que eu posso dizer é que existe apenas especulação.

As declarações de Raquel Lyra divergem dos bastidores da política. Articuladores garantem que o anúncio oficial será realizado nas próximas semanas, tendo em vista a disputa em 2026.

Lyra pretende disputar a reeleição em 2026 e o PSD poderia lhe oferecer uma estrutura maior do que o PSDB. O partido de Kassab tem mais recursos dos fundos partidário e eleitoral, uma vez que possui 44 deputados federais, mais que o triplo da bancada tucana. Com isso, ela teria também mais tempo de televisão.

Tal estratégia seria importante para um possível enfrentamento com o prefeito de Recife, João Campos (PSB). Aliados da governadora avaliam que Campos deve conseguir reunir toda a esquerda em uma coligação. A federação PT-PV-PCdoB representa a segunda maior bancada da Câmara Federal e ter Lyra em um partido da base pode colocar, ao menos, algum obstáculo nesta aliança. Campos foi reeleito no primeiro turno com 78,11% dos votos.

Somado a isso, a governadora também teria interesse em deixar a oposição ao governo federal e vinha pleiteando isso internamente, à contragosto da direção nacional tucana. O pano de fundo desta aproximação com o presidente Lula (PT) é o estado que governa, onde 66,9% dos eleitores votaram no petista em 2022.Na ocasião, Raquel Lyra manteve a neutralidade no segundo turno da eleição presidencial.

Nos bastidores, a governadora já vinha fazendo acenos ao PSD há algum tempo. Seu candidato na capital, o ex-secretário de Turismo Daniel Coelho, foi filiado por ela na sigla e, hoje, comanda o diretório municipal em Recife.

Apesar de ele ter sido derrotado nas eleições municipais com a reeleição de João Campos no primeiro turno, o PSD deu uma importante vitória para a governadora no pleito: a eleição de Mirella Almeida em Olinda, na região metropolitana de Recife. Lá, Campos também se envolveu na campanha, em prol do petista Vinicius Castello, mas saiu derrotado, a poucos quilômetros de seu reduto eleitoral

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