Venda de sentenças: PF faz buscas em endereços de desembargador

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 20, uma operação para investigar a venda de sentenças em Mato Grosso.

Segundo a TV Globo, os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados a um desembargador investigado no caso.

A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin.

2ª Fase da Operação Sisamnes

Em comunicado, a PF informou que as buscas são parte da segunda fase da Operação Sisamnes, deflagrada para investigar os crimes de lavagem de dinheiro decorrente do esquema de venda de decisões judiciais.

A primeira fase da Sisamnes foi deflagrada em 26 de novembro.

Os investigadores detectaram “sucessivas operações imobiliárias suspeitas promovidas pelos investigados, com aparente propósito de dissimular a origem ilícita do dinheiro utilizado para financiar a compra de imóveis residenciais e de veículos”.

São cumpridos mandados de busca e apreensão, afastamento das funções públicas de servidores do Poder Judiciário, proibição de contato e saída do país e recolhimento de passaportes, “além do bloqueio de 1,8 milhão de reais dos investigados e o sequestro dos imóveis adquiridos por um magistrado”.

A nota da PF não informa o nome do magistrado.

Desembargadores afastados do TJ-MT

Dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, foram afastados cautelarmente de seus cargos pela Corregedoria Nacional de Justiça em 1º de agosto.

Segundo o site do CNJ, há indícios de que Moraes e Ferreira mantinham uma “amizade íntima” com o advogado Roberto Zampieri e recebiam “vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor” para julgar causas de acordo com os interesses do advogado —ou seja, os dois são suspeitos de vender sentenças.

Zampieri foi morto a tiros em dezembro do ano passado, na frente do seu escritório em Cuiabá. Segundo o Ministério Público estadual, o crime pode estar relacionado a decisões proferidas pelo TJ-MT.

A investigação tramita na 12º Vara Criminal da capital mato-grossense.

 Por Antagonista

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