Especialista fala em arrogância de Trump dizer que não precisa do Brasil

A frase de Donald Trump sobre a relação com o Brasil e países da América Latina surpreendeu a diplomacia na noite de segunda-feira (20). Após tomar posse como presidente dos Estados Unidos, o republicano disse que não precisa do Brasil e, que sim, o país precisa deles.

Em entrevista para a BandNews FM, o professor de relações internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, afirma que a declaração foi "em um tom de arrogância além do habitual de qualquer relação diplomática" e que Trump "passou da conta na resposta para o Brasil e aos interesses americanos".

Na avaliação de Trevisan, os Estados Unidos precisam sim do Brasil, principalmente no comércio externo e no abastecimento interno do país. "Pergunto se os pergunto se os empresários americanos, que compram aço, alumínio no Brasil, integram as cadeias produtivas no Brasil, se pensam desta forma", questionou.

Trevisan relembrou que os norte-americanos compram produtos agrários do Brasil, já que a alternativa é comprar produtos mais caros de outros países. "O agronegócio brasileiro é competidor em algumas áreas e complementar aos Estados Unidos em outras", pontua.

"Os interesses empresariais dos americanos no Brasil são sólidos, que equilibram o preço nos Estados Unidos. Talvez Trump tenha esquecido, mas o empresariado não pensa dessa forma. Ele é nosso segundo parceiro comercial depois da China", reforçou Trevisan.

Para o professor, o Brasil está em situação semelhante a outros aliados dos Estados Unidos. "Pense que não foram convidados Inglaterra, França, Alemanha, Japão e Coreia. Ninguém foi convidado oficialmente, é uma ruptura diplomática desnecessária", avaliou.

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