O
presidente Lula (PT) conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta
segunda-feira (27), sobre agendas bilaterais e futuro dos Brics, que o Brasil
preside neste ano, em meio à crise de deportações dos Estados Unidos —que,
segundo o Itamaraty, não entrou na conversa.
Os dois conversaram por telefone, em ligação de fora da agenda. Segundo o Itamaraty, a guerra da Ucrânia foi um dos principais assuntos e o brasileiro teria reforçado o compromisso com um cessar-fogo —Lula é frequentemente criticado, em especial por europeus, pela relação com o russo.
A conversa se dá em meio à crise de deportação dos Estados Unidos. Segundo a nota do Ministério das Relações Exteriores, o assunto não foi tratado, mas especialistas e pessoas ligadas ao governo brasileiro apontam que, sob o presidente norte-americano, Donald Trump, o fortalecimento das parcerias que não passem por Washington, em especial dentro dos Brics, fica "cada vez mais natural".
O telefonema foi acompanhado pelo chanceler Mauro Vieira e o ex-chanceler Celso Amorim. O governo deverá realizar outra reunião ainda nesta tarde para debater possíveis reações e posicionamentos frente à ofensiva de Trump contra imigrantes.
Um grupo de 88 deportados chegou ao Brasil na sexta (24). Ao desembarcarem, eles reclamaram das condições durante o voo. Diante da situação, o governo brasileiro mandou retirar algemas e correntes e proibiu a decolagem da aeronave fretada pelos EUA.
Futuro
dos Brics
Lula e Putin também trataram dos Brics. O encontro da cúpula acontecerá no meio do ano no Brasil, ainda sem local oficial confirmado, mas não deve contar com a presença do russo, condenado pelo Tribunal Internacional. Putin, no entanto, prestou apoio à presidência de Lula, segundo o Itamaraty.
Brics ampliado. Foram incluídos nove países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria. Os titulares são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que foram o acrônimo da denominação. Desde agosto de 2023, outras nações entraram no grupo com o mesmo status: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
Trump criticou grupo. O presidente dos EUA atacou a ideia de usar moedas alternativas no comércio internacional, a fim de diminuir a dependência do dólar. "Não há como fazer isso, vão desistir", disse Trump, ameaçando impor tarifas maiores. O Brasil lidera as discussões sobre um novo modelo de transações financeiras internacionais.
O presidente foi ainda convidado para a comemoração dos 80 anos da vitória da Segunda Guerra. A data, marcada para 9 de maio, é hoje a comemoração mais importante da Rússia, celebrada desde os tempos da União Soviética, quando o Exército Vermelho tomou Berlim.
"O
presidente agradeceu o convite e indicou intenção de comparecer", diz a
nota. Seria a prim.
UOL
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