Em meio a especulações de insatisfação da CNB – corrente majoritária do PT – com a falta de indicações ao primeiro escalão do prefeito João Campos (PSB), e da entrada dos petistas na gestão de Raquel Lyra (PSDB), o senador Humberto Costa (PT) afirmou, em entrevista à Rádio Folha nesta quarta-feira (22), que o partido não está negociando cargos para firmar ou manter alianças, e reafirmou a posição do PT na base do socialista.
“Não estamos discutindo cargos. O que nos faz apoiar o prefeito do Recife não é termos ou não termos cargos. É a política que ele desempenhou, a campanha que fizemos em conjunto, por acharmos que é uma boa proposta para a cidade. Não se trata de cargos ou de eleição”, declarou.
“João Campos fez uma grande administração nos seus primeiros quatro anos, e teve uma votação consagradora. Isso deu a ele a legitimidade de montar o governo da forma que ele considerasse a melhor. Ele estabeleceu suas escolhas, e nós respeitamos integralmente. Não temos que estar comentando, não estamos preocupados com isso. Qualquer decisão dele sobre a participação do PT na administração municipal não mudaria nosso posicionamento em relação à gestão. Continuamos apoiando, fazemos parte da base do governo”, afirmou o Senador.
Secretário-executivo na pasta da Infraestrutura, o ex-vereador de Olinda Vinicius Castello (PT) é um dos nomes ligados a Humberto que compõem a gestão recifense. O senador, no entanto, esclareceu que o convite foi pessoal, e não representa a CNB.
“Nós não temos nenhuma pessoa indicada na gestão. Se essas pessoas estão lá, não foram por indicação do nosso grupo”, disse.
Base de Raquel
Humberto não negou que há uma aproximação de petistas com a governadora Raquel Lyra, em especial, por parte dos deputados estaduais. No entanto, disse que a tucana precisa se comprometer com a reeleição do presidente Lula (PT) para abrir a discussão sobre o petista ter dois palanques em Pernambuco.
Segundo o senador, as alianças estaduais não foram discutidas no último encontro que ele teve com Lula, depois do seu recesso.
“O presidente Lula precisa ter o apoio dos candidatos. Não vamos apoiar candidaturas que não estejam comprometidas com a candidatura do presidente. Essa é a primeira condição para discutir palanque duplo, se vier acontecer como no passado. Ao que eu saiba, até o presente momento, quem tem declarado apoio à reeleição do presidente é o atual prefeito do Recife. Não sei se a governadora vai marchar por esse caminho. Se ela marchar, é uma discussão que o presidente vai precisar fazer”, afirmou.
Ele repudiou, entretanto, que discussões internas do partido, a exemplo da migração para a base da governadora, estejam sendo debatidas na mídia por filiados.
“O PT
não pode fazer discussão interna pelo jornal. Quem faz isso, de dizer que vamos
apoiar fulano ou sicrano, está prestando um grande desserviço. Não podemos ser
um partido que vai se dividir entre ‘A’ e ‘B’, e muito menos devemos admitir a
discussão de cargos. O PT não precisa de cargos em Prefeitura ou Governo do
Estado”, disparou.
Por: Diario de Pernambuco
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