Ala do governo resiste e quer fim da “guerra de bonés” com a oposição

Uma ala de ministros e assessores do Palácio do Planalto defende que integrantes do governo Lula e parlamentares aliados parem de se engajar na chamada “guerra dos bonés” com a oposição.

A avaliação desse grupo é a de que, embora o próprio Lula tenha entrado na disputa, o governo precisa agora demonstrar que está mais preocupado com problemas sérios, como a alta no preço dos alimentos.

Para esses auxiliares presidenciais, a guerra de bonés não ajudará Lula a aumentar sua popularidade. Algumas das últimas pesquisas divulgadas mostram que a desaprovação do governo já superou a aprovação.

Entenda a “guerra dos bonés”

Parlamentares e ministros de Lula foram ao Congresso Nacional, no dia da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, com um boné escrito “O Brasil é dos brasileiros”.

A frase teria sido sugerida pelo novo chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, ao ministro Alexandre Padilha.

O próprio presidente Lula e os seus aliados usaram o boné diversas vezes durante agendas na última semana. O acessório inclusive passou a ser vendido em lojas progressistas por R$ 79,90.

Na segunda-feira (3/2), a oposição reagiu e apareceu na sessão de abertura do ano legislativo com outro boné verde e amarelo pedindo “Comida barata de novo. Bolsonaro 2026”.

O novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a “guerra dos bonés”. “Boné serve para proteger a cabeça do sol, e não para resolver os problemas do país”, escreveu nas redes sociais.

Um integrante da cúpula do PT disse à coluna que, às vezes, é “preciso entrar na onda”, mas que o que Lula precisa mesmo agora é governar. Nesse cenário, diz esse petista, não haveria mais tempo para intrigas.

“O governo tem que governar, não tem como ficar nesse fla-flu com (o ex-presidente Jair) Bolsonaro”, declarou a fonte sob reserva.

A coluna apurou que alguns ministros de Lula se recusaram a usar o bonés nos últimos dias. A avaliação desses auxiliares do petista é de que a estratégia seria “infantil”.

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