O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o retorno de uma investigação contra o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), à Corte.
Kassab é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, sendo acusado de receber R$ 350 mil mensais por meio de notas fiscais falsas e R$ 28 milhões em troca de apoio político do PSD ao PT.
O caso havia sido enviado à Justiça Eleitoral de São Paulo em 2020, após Kassab deixar o cargo de ministro, o que resultou na perda do foro privilegiado. Porém, a decisão de Moraes reverte esse entendimento e traz a investigação de volta ao STF.
A mudança decorre da ampliação do alcance do foro privilegiado, em que a Corte determinou que ministros e ex-ministros permanecem sob sua jurisdição, desde que os crimes estejam relacionados ao cargo exercido.
Essa medida tem implicações políticas, especialmente no momento em que Kassab vive um delicado equilíbrio de alianças.
Atualmente, o ex-ministro é secretário do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e também articula a entrada do PSD na base do governo Lula, o que o coloca sob pressão dos dois lados.
Além disso, Kassab é visto como possível candidato ao governo de São Paulo, caso Tarcísio dispute a Presidência em 2026, tornando sua posição em temas como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro ainda mais estratégica.
A decisão de
Moraes é interpretada como uma forma de pressioná-lo a se posicionar.
Por Camile Soares
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