Bolsonaro (PL) se recusou a beber a água do Supremo Tribunal Federal durante as quase sete horas em que acompanhou o julgamento das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta terça-feira (25).
Assim como fez pela manhã, o presidente de honra do Partido Liberal, acusado de encabeçar um plano de golpe de Estado para se perpetuar no poder após as eleições presidenciais de 2022, se manteve sentado durante toda a sessão da tarde e recusou duas ofertas da bebida por medo de envenenamento.
A Corte se tornou um dos principais alvos de ataque do ex-presidente, tanto quando estava na Presidência quanto após o fim do seu mandato, em 1º de janeiro de 2023.
No meio da tarde, o advogado Fabio Wajngarten, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, saiu do plenário e buscou um copo d’água para o ex-presidente. Na antessala do auditório, era servido água, café, biscoito e bolo. Do lado de fora do prédio, a temperatura em Brasília passava dos 25 ºC.
Bolsonaro recusou a investida de hidratação e Wajngarten retornou com o copo. Minutos depois, o advogado foi chamado por um segurança que trazia uma garrafa de água mineral. “Avisa que tá lacrada”, disse o homem. A nova oferta foi igualmente recusada pelo ex-presidente, que desta vez a repassou a outro de seus advogados, Paulo Cunha Bueno, que passou a consumi-la.
Do lado de dentro do plenário da Primeira Turma, no auditório, é proibido o consumo de alimentos e bebidas, inclusive água - que somente os ministros e os advogados, durante as sustentações orais pela manhã, tiveram acesso na tribuna.
Bolsonaro
levava malas com garrafas de água até em viagens internacionais
Esta não é a primeira vez que Jair Bolsonaro se recusa a beber água em que duvida da procedência por temor de envenenamento. Em 2023, mensagens de texto interceptadas pela Polícia Federal em um grupo de WhatsApp, ex-assessores admitiam que ele levava malas com garrafas de água mineral até mesmo em viagens ao exterior, como foi em Nova York (EUA)..
Em 2022, no debate eleitoral da TV Globo, Bolsonaro também chegou a levar suas garrafas de água temendo um atentado às vésperas das eleições.
O Tempo
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