O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), saiu em defesa de sua cunhada, a pastora Simone Rodrigues Frate de Souza, após a Polícia Federal (PF) ter apreendido R$ 863,8 mil em um carro estacionado próximo à igreja dela. Manga e Simone foram alvos de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira em uma operação que investiga suspeitas de fraude na contratação de uma Organização Social (OS) para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município.
Em entrevista ao Globo, o prefeito afirmou que Simone é missionária e que, junto com seu marido, o bispo Josivaldo Batista, leva uma vida ministerial. Eles são donos da igreja Templo da Glória e Renovo, que tem duas filiais na cidade de São Paulo e é investigada por transações financeiras suspeitas. A pastora é irmã da mulher de Manga, Sirlange.
— É um casal que tem uma vida ministerial há 30 anos. Teve essa questão dos valores que, segundo informações dos advogados, foram devidamente declarados no Imposto de Renda. A investigação, de modo geral, tem que acontecer, mas no meu caso teve essa pessoalidade, que extrapolou — disse Manga.
O prefeito também relatou o desconforto ao se deparar com os agentes na sua casa na manhã desta quinta. Segundo ele, seu filho de 7 anos foi quem abriu a porta e ficou "assustado com as armas". O gestor alega ser vítima de perseguição política e correlaciona o momento da operação com o anúncio de sua pré-candidatura à Presidência da República.
— Quando lancei minha pré-candidatura, Marcos Pereira (presidente do Republicanos) falou para mim: "Estou com você, mas você sabe que vai vir chumbo". Uma semana depois, numa investigação que está monitorando 16 cidades, sou o único agente político
Os policiais federais estiveram na casa de Manga, em seu gabinete na prefeitura e na sede municipal do Republicanos. Foram recolhidos seu telefone e seu carro, mas ele minimiza as apreensões:
— Tinham que levar alguma coisa, acho que é a ordem, mas daqui a pouco vai ser liberado. Fico triste de usarem a polícia para palanque político.
A
operação
A ação desta quinta-feira, denominada Operação Copia e Cola, é resultado de uma investigação com início em 2022, após suspeitas de fraudes na contratação de uma OS para administrar o serviço de saúde no município. Segundo a PF, foram encontrados indícios de fraude e lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.
Mais
de cem policiais federais cumpriram 28 mandados de busca e apreensão nas
cidades de Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Votorantim, Itu, São Bernardo do
Campo, São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Santos, Socorro, Santa Cruz
do Rio Pardo e Osasco, todas no estado de São Paulo, além de um mandado de
busca e apreensão na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia.
O
Globo
0 Comentários