Brasil vê na feira chinesa uma alternativa comercial em meio à alta de tarifas dos EUA

Em meio à escalada de tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, marcada pelo recente aumento das tarifas americanas sobre produtos brasileiros (chegando a 50%), a embaixada da China no Brasil convidou empresas brasileiras a participarem da China International Import Expo (CIIE), em novembro, em Xangai. A feira, focada exclusivamente em importações, já movimentou US$ 80 bilhões em transações em 2023 e ganha importância como alternativa para diversificação de mercados.
A China, maior parceira comercial do Brasil desde 2009, também anunciou isenção de visto para brasileiros até 2026, visando facilitar a presença de empresários em eventos como a CIIE e fortalecer cooperação em áreas como tecnologia, energia e agricultura.
Especialistas apontam que, embora a feira não resolva os impactos diretos das tarifas americanas, representa uma janela de oportunidade para o Brasil aumentar a exportação de produtos com maior valor agregado — desafio central da relação comercial com a China. A CIIE também serve como plataforma estratégica para países do Brics e demais emergentes ampliarem sua presença no mercado chinês.
A nova tarifa dos EUA reforça a necessidade de o Brasil buscar novos mercados consumidores, embora isso exija investimentos em marketing, adaptação de produtos e financiamento à exportação. Segundo analistas, o momento pode estimular um debate interno sobre diversificação comercial e inserção internacional mais ampla.