Operação contra Bolsonaro e sanções americanas expõem embate entre soberania nacional e retaliações externas; decisões de Moraes e Lula mostram resistência inédita à pressão dos EUA

A operação da Polícia Federal na casa de Jair Bolsonaro e a atuação firme do ministro Alexandre de Moraes consolidam um momento impetuoso de afirmação institucional no Brasil. Em uma carta Trump chegou dá uma espécie de ordem a Moraes em favor de Bolsonaro: “Julgamento precisa parar imediatamente”, disse na carta. Moraes demonstrou que não recuará diante de pressões, mesmo vindas de canais externos, reforçando a independência do Judiciário. Simultaneamente, a atitude de Lula, que não se curva às insinuações de Trump, marca um posicionamento de afirmação soberana. Ao colocar-se firme frente às pressões, o governo sinaliza que a lei e a Justiça interna não serão subordinadas a interesses estrangeiros — um claro recado de que o Brasil segue no comando de seu destino.
Entretanto, o braço de ferro corrói o tecido produtivo nacional. As tarifas de 50% anunciadas por Trump, vistas por muitos como retaliação à operação que expõe Bolsonaro, atingem diretamente o povo brasileiro e suas indústrias — do agronegócio ao setor de aviação. Essas sanções, além de politicamente motivadas, geram repercussões econômicas imediatas: a Petrobras já sinaliza redirecionar o petróleo ao mercado asiático e indústrias como a de carne vermelha e café avaliam o impacto no longo prazo. Resta ver se Trump optará por agravar o confronto ou se aceitará um recuo diplomático, evitando penalizar ainda mais a população e empresários brasileiros.
Por: CLAUDEMI BATISTA