Presidente brasileiro se reúne no Chile com líderes da região para buscar resposta conjunta às tarifas impostas pelos EUA

A política tarifária agressiva de Donald Trump começa a gerar desgaste interno nos Estados Unidos e movimentações diplomáticas no cenário internacional. Em meio a pressões econômicas, o ex-presidente americano amarga queda de aprovação, enquanto o presidente Lula se reúne no Chile com líderes da região para discutir uma resposta conjunta ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros.
Segundo pesquisa da CBS News, 60% dos americanos se dizem contrários à política de tarifas de Trump. Além disso, 61% acreditam que ele está mais preocupado com suas disputas comerciais do que com a inflação que afeta o bolso da população. Os dados se somam a uma desaprovação de 52,1%, segundo o RealClearPolitics — o maior índice desde o início de seu segundo mandato.
Esses números revelam um desgaste crescente da imagem do presidente, especialmente entre setores industriais e consumidores impactados pelos custos das tarifas impostas a países como Brasil, México e China.
Enquanto isso, o presidente Lula esteve em Santiago, no Chile, onde assinou um manifesto ao lado de líderes da Espanha, Chile, Colômbia e Uruguai em defesa da democracia e contra medidas econômicas autoritárias.
Embora o texto não cite diretamente os EUA, fontes do Itamaraty confirmam que as tarifas de até 50% anunciadas por Trump contra produtos brasileiros foram tema central da conversa. A ideia é articular uma reação coordenada com outros países latino-americanos e europeus, fortalecendo a resistência ao protecionismo.
Lula tem adotado um discurso firme contra o que chama de “reedição de práticas intervencionistas” por parte de grandes potências. Segundo ele, é necessário “defender as democracias com cooperação e soberania econômica”. Além de proteger setores estratégicos da economia brasileira, a diplomacia de Lula busca consolidar alianças internacionais diante do crescente isolamento americano no comércio global.
A ofensiva tarifária de Trump parece estar provocando mais reações adversas do que ganhos políticos. Internamente, sua popularidade sofre. Externamente, Lula se movimenta com rapidez para articular uma resposta internacional, que pode ampliar o isolamento da política econômica dos EUA — e fortalecer o protagonismo diplomático do Brasil. Da Veja