Se a situação fosse inversa, sanções brasileiras a juízes estrangeiros seriam vistas como ataque à soberania — por que com os EUA seria diferente?

Suprema Corte dos Estados Unidos, bloqueando seus bens e proibindo empresas brasileiras de fazerem negócios com eles, sob a justificativa de “violações aos direitos humanos”? A reação seria imediata e feroz. O Congresso norte-americano — tanto oposição quanto situação — se uniria em defesa de suas instituições, com discursos inflamados contra a ingerência estrangeira. A mídia, os cidadãos e líderes de todos os espectros políticos gritariam em coro: “ninguém toca na soberania dos EUA”. Porque, acima de diferenças partidárias, o povo americano costuma se unir quando entende que a liberdade e a autonomia de seu país estão em jogo. E o faz com orgulho — porque é, antes de tudo, patriota.
Essa hipótese nos obriga a refletir sobre o que estamos vendo hoje: um governo dos EUA — no caso, liderado por Donald Trump — aplicando sanções unilaterais contra um ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes. A justificativa? Questões internas da Justiça brasileira, julgadas por um padrão estrangeiro. Se os papéis estivessem invertidos, seria um escândalo internacional. Mas, quando parte dos EUA, parece haver uma naturalização perigosa dessa interferência. Defender as instituições brasileiras não é defender pessoas, é defender a soberania nacional — algo que qualquer povo patriota faria sem hesitar.
Por CLAUDEMI BATISTA