Apesar de contar com o apoio de mais de 140 prefeitos, a governadora não consegue converter esse respaldo em popularidade — e segue estagnada nas pesquisas

Apesar de contar com o apoio declarado de mais de 140 prefeitos e prefeitas em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSD) segue enfrentando dificuldades para transformar esse capital político em apoio popular. A recente pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas mostra a gestora estagnada com apenas 24% das intenções de voto, muito atrás de seu rival e principal concorrente, João Campos (PSB), que lidera com 57%. O dado chama atenção: mesmo com a maior base municipal entre os pré-candidatos, a governadora não consegue refletir esse respaldo nas ruas — o que levanta dúvidas sobre a eficácia do apoio desses prefeitos em suas próprias cidades.
A pergunta que fica é: qual a missão que a governadora deu para esses prefeitos? Muitos parecem inativos quando se trata de defender a gestão estadual ou de vincular suas ações locais ao governo de Raquel. Há quem diga que nem mesmo eles têm argumentos para convencer suas populações de que a administração estadual está no rumo certo. Esse silêncio — ou falta de entusiasmo — pode indicar que o apoio é mais institucional do que político. Com tantos gestores ao seu lado, seria esperado que a governadora tivesse maior capilaridade e presença nos municípios. Mas, por enquanto, esse exército de prefeitos parece desmobilizado — ou pior: desconectado da realidade do eleitor.
O problema não é falta de obras ou de impacto social. É falta de presença e ação política. Raquel deu uma sumida da cena pública e tem feito um trabalho, no máximo, técnico — mas que não chega até o eleitor. A governadora não se posiciona com clareza em questões políticas, não empolga nem mesmo seus aliados. E o eleitor nota esse comportamento da ex-tucana. Ela parece distante, como se ainda estivesse dentro da bolha da pre-campanha, sem entender que governar exige mais que gestão: exige liderança, narrativa, presença e sobretudo, se conectar com o eleitor.