Ausência da governadora em visita presidencial é vista como gesto político; João Campos aproveita o momento para reforçar alinhamento com Lula

A ausência da governadora Raquel Lyra (PSD) ontem(14) na agenda do presidente Lula(PT) em Pernambuco, foi tudo menos neutra. Mesmo com a vice-governadora marcando presença, a escolha de Raquel por estar no interior, em seu programa “Ouvir Para Mudar”, teve peso político claro: ela tenta manter distância do embate direto entre lulistas e bolsonaristas de olho nas eleições de 2026. A estratégia de agradar os dois lados pode funcionar no papel, mas na prática, sua ausência aparenta ter sido um recado. Em um estado onde Lula tem enorme capital político, ignorar sua visita soa como um cálculo arriscado — e até como desdém.
João Campos(PSB), prefeito do Recife adversário da governadora, não deixou passar a chance de se posicionar. Sem citar nome, mas mirando diretamente em Raquel, afirmou que estará ao lado de Lula em todas as agendas no estado, se dizendo um “soldado” do presidente. A fala teve endereço certo e serviu como termômetro da disputa que se desenha. Enquanto Raquel aposta na neutralidade estratégica, João já joga no campo lulista, com clareza e convicção. Em política, quem não se posiciona, muitas vezes, acaba sendo posicionado pelos outros.