Presenças no Congresso da Assembleia de Deus evidenciam disputa por apoio de um eleitorado cada vez mais influente em Pernambuco

A presença de João Campos e Raquel Lyra no 43º Congresso de Jovens da Assembleia de Deus de Pernambuco não foi apenas protocolar — foi estratégica. Ambos os gestores, em momentos políticos distintos, compreendem o peso que a bancada evangélica e os grandes eventos religiosos têm na construção de capital político no estado. Ao marcar presença em um encontro que reuniu milhares de jovens e demonstrou a impressionante capacidade de mobilização da IEADPE, tanto o prefeito do Recife quanto a governadora acenaram para um público que pode ser decisivo nas eleições de 2026. Mais do que fé, o evento transbordou influência.
Esse movimento também revela uma reconfiguração do diálogo político com setores conservadores e religiosos, especialmente num momento em que os discursos de centro e de aproximação com as bases populares ganham força. João Campos, que vem costurando alianças além da esquerda, e Raquel Lyra, que tenta se afirmar nacionalmente, sabem que ignorar o protagonismo da Assembleia de Deus em Pernambuco seria um erro estratégico. Ao prestigiar o evento, ambos sinalizam respeito à fé, mas sobretudo apostam para o futuro: disputam espaço no coração — e no voto — de uma juventude evangélica cada vez mais organizada e atuante.