Lula participa da Assembleia da ONU em meio a atritos diplomáticos com os EUA após condenação de Bolsonaro, tarifas comerciais e impasse sobre vistos

O presidente Lula (PT) viaja aos EUA neste domingo (21/9) para participar da Assembleia Geral da ONU, em meio a tensões com o governo norte-americano. O clima azedou após a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe, a ameaça de novas tarifas contra o Brasil e restrições de visto a autoridades brasileiras — o que levou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a desistir da viagem.
Lula fará o discurso de abertura da assembleia na terça-feira (23/9), onde deve defender o livre comércio, criticar tarifas impostas por Trump, condenar guerras e afirmar que democracia e soberania brasileira não são negociáveis. Ele também participará de reuniões paralelas, incluindo um painel sobre democracia e extremismo, do qual os EUA não foram convidados.
As tensões aumentaram após o secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, prometer retaliações à condenação de Bolsonaro. O governo brasileiro respondeu afirmando que sua democracia não será intimidada. Em artigo ao The New York Times, Lula defendeu a decisão da Justiça brasileira, negou perseguição política e reafirmou disposição para diálogo com os EUA — exceto em relação à soberania nacional. Por Carlos Estênio Brasilino