Enquanto João Campos se alinha publicamente a Lula, governadora mantém silêncio e perde apoio do Planalto para 2026

O encontro ontem(23) entre o presidente Lula e o prefeito do Recife, João Campos(PSB), escancarou o alinhamento político entre ambos e praticamente sepultou qualquer chance de um palanque duplo em Pernambuco em 2026. Enquanto Campos se mostra leal ao governo federal e à defesa da soberania nacional — especialmente em meio à crise gerada pelas tarifas de Trump —, a governadora Raquel Lyra(PSD) adota uma postura silenciosa e ambígua. Seu distanciamento estratégico, como já visto em 2022, pode até agradar a um eleitorado moderado, mas compromete sua relação com o Planalto, que tem sido generoso com Pernambuco em termos de investimentos e articulações.
Raquel parece apostar em neutralidade num cenário onde a omissão pesa. Ao não se posicionar sobre pautas relevantes nem apoiar abertamente Lula, ela perde espaço político num Estado onde o apoio federal conta — e muito. Com o PSD sinalizando candidatura própria à presidência, o cenário fica ainda mais adverso para ela. Lula tende a caminhar com quem veste a camisa de seu governo — e João Campos, com sua articulação e fidelidade, se mostra cada vez mais como o nome natural para receber esse apoio em 2026, no entanto, tudo pode acontecer e inclusive nada.
Por CLAUDEMI BATISTA