Deputado é acusado de atuar nos EUA para pressionar sanções contra autoridades brasileiras; ação penal será aberta após citação via carta rogatória, e decisão provoca reação de líderes políticos na Câmara

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele é acusado de coação no curso do processo ao atuar nos Estados Unidos para pressionar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF. O relator, ministro Alexandre de Moraes, destacou que o parlamentar teria ameaçado gravemente os magistrados e outras autoridades, e a ação penal será aberta após a citação, que deverá ser feita por carta rogatória enviada à Justiça americana, já que Eduardo Bolsonaro não retornou ao Brasil.
A decisão gerou repercussão política imediata. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, defendeu o deputado, classificando-o como vítima de perseguição, enquanto o líder do PT, Lindbergh Farias, protocolou projeto de resolução para cassar o mandato de Eduardo, argumentando que ele já teria faltado a 70% das sessões devido à atuação nos EUA. O julgamento em plenário virtual segue até o dia 25 de novembro, com o voto da ministra Cármen Lúcia ainda pendente.