A decisão de manter o ex-ministro distante expõe o racha interno e pode custar caro ao PL em Pernambuco

A insistência de Anderson Ferreira em manter o grupo de Gilson Machado afastado do PL-PE revela mais do que uma disputa interna — expõe o velho dilema entre poder e pragmatismo eleitoral. Ao priorizar o controle partidário, Anderson consolida sua liderança, mas sacrifica a chance de o partido se apresentar unido e competitivo em 2026. A soma das bases de ambos os grupos poderia transformar o PL numa força decisiva no estado, reunindo influência na Região Metropolitana e no Agreste. Em vez disso, a fragmentação interna enfraquece o discurso de renovação que o partido tenta sustentar nacionalmente.
É compreensível que Anderson queira preservar sua hegemonia, ainda mais após a perda de Jaboatão e os abalos em sua base. Mas, politicamente, a matemática é clara: a união com Gilson Machado traria ganhos muito maiores que a exclusão. Ao apostar na divisão, o PL-PE corre o risco de diminuir sua relevância e entregar espaço a adversários mais organizados. Em política, quem se fecha em torno do próprio grupo pode até garantir o comando, mas raramente conquista o poder real nas urnas.