Compradores chineses já garantiram milhões de toneladas da América do Sul para setembro e outubro, enquanto tarifas e impasse comercial tornam a soja dos EUA menos competitiva

Exportadores de soja dos Estados Unidos podem perder bilhões de dólares em vendas para a China neste ano, à medida que compradores chineses priorizam cargas do Brasil durante a principal temporada americana (setembro a janeiro). Segundo traders, cerca de 8 milhões de toneladas já foram fechadas da América do Sul para setembro, e 4 milhões para outubro, metade da demanda estimada — todas fora dos EUA.
O motivo é a prolongada tensão comercial entre os países, agravada pelas tarifas chinesas de 23% sobre a soja americana, que a tornam não competitiva. Mesmo com a prorrogação da trégua tarifária por 90 dias, a tarifa permanece em vigor, e as negociações se arrastam.
Apesar de ser US$ 40 por tonelada mais barata do que a brasileira, a soja dos EUA continua sendo evitada. A China, que importou 105 milhões de toneladas de soja em 2024, sendo 22 milhões dos EUA, segue buscando diversificação e pode reconsiderar a compra de soja americana apenas se houver acordo para reduzir tarifas, possivelmente até novembro. Enquanto isso, os futuros da soja em Chicago enfrentam pressão, com cotações próximas às mínimas de cinco anos.