Medida retira benefícios tarifários e corta apoio financeiro; novas sanções atingem ministros israelenses, colonos violentos e membros do Hamas, em resposta à crise humanitária em Gaza e na Cisjordânia

A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira (17) uma proposta de suspensão parcial do Acordo de Associação UE-Israel, que rege as relações comerciais entre as partes desde 2000. A medida retira de Israel o acesso preferencial ao mercado europeu e vem acompanhada de novas sanções direcionadas a membros do Hamas, ministros israelenses considerados extremistas e colonos violentos na Cisjordânia.
A decisão foi anunciada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ela reforçou a necessidade de um cessar-fogo imediato em Gaza e de acesso irrestrito à ajuda humanitária. Segundo a Comissão, a postura do governo israelense configura violação ao artigo 2º do Acordo Euro-Mediterrânico, que condiciona a parceria ao respeito pelos direitos humanos e princípios democráticos.
“O sofrimento em Gaza deve acabar. Propomos suspender concessões comerciais, sancionar extremistas e manter apoio apenas à sociedade civil e ao Yad Vashem”, declarou Ursula von der Leyen.
O pacote de sanções apresentado inclui a inclusão de ministros e colonos em listas restritivas do regime global de direitos humanos da UE, além de novas medidas contra dez integrantes do politburo do Hamas.
A UE é o principal parceiro comercial de Israel, representando 32% do comércio total do país, num volume de € 42,6 bilhões em mercadorias. A suspensão das preferências comerciais pode impactar setores-chave como máquinas, equipamentos de transporte e produtos químicos.
Por Manuela de Moura