Discreto, mas articulado, Edilson Tavares ganha força entre fiéis e lideranças, desafiando a hegemonia política de Pastor Eurico dentro e fora da igreja

Nos bastidores da Assembleia de Deus em Pernambuco, há um embate silencioso, pouco perceptível entre duas figuras influentes: o deputado federal Pastor Eurico (PL), que busca a reeleição, e o presbítero Edilson Tavares (PP), ex-prefeito de Toritama, que pretende disputar um mandato na Câmara Federal. Embora não se enfrentem publicamente, os sinais de disputa por influência no meio evangélico são evidentes. Pastor Eurico, com seu perfil combativo e presença constante em Brasília, busca manter-se como o principal porta-voz dos conservadores no cenário nacional. Já Edilson, bem avaliado por sua gestão municipal e articulado nos bastidores, representa uma ala mais técnica, pragmática e com aspirações de protagonismo político nas próximas eleições. Ambos têm apoio interno, mas apresentam estilos claramente distintos.
Enquanto Eurico simboliza uma liderança tradicional, fundamentada no discurso religioso e na política confrontadora, Edilson desponta como uma alternativa mais moderna, focada em gestão pública e menos dependente da retórica de púlpito. Esse “embate invisível” não se resume a uma disputa por votos, mas reflete dois modelos de liderança que disputam o futuro da representatividade evangélica em Pernambuco. Resta saber se haverá espaço para convergência — ou se a tensão silenciosa acabará explodindo nas urnas.
O que tem realmente tirado o sono de Pastor Eurico é a possível dobradinha entre Edilson Tavares e o evangelista e deputado estadual Adalto Santos (PP), que já possui uma base sólida no segmento evangélico. Essa aliança pode desequilibrar o jogo eleitoral, enfraquecendo a base tradicional de Eurico e ampliando o campo de influência de Tavares para 2026, ou até mesmo os dois não conseguirem êxito nas próximas eleições.
Por: CLAUDEMI BATISTA
