A derrocada de Raul Henry simboliza o esgotamento de uma liderança política que não soube se renovar dentro do MDB pernambucano.

O MDB de Pernambuco está prestes a virar a página — e deixar Raul Henry no rodapé da história. O que seria uma eleição interna rotineira virou o retrato de um fim político anunciado. Isolado, sem base e visivelmente enfraquecido, Henry encara a provável derrota para Jarbas Filho como quem já sabe que o jogo acabou. A eleição, marcada para 24 de maio, pode sequer ter disputa.
A desistência de Paulo Roberto, prefeito de Vitória de Santo Antão, seu aliado mais fiel, escancarou a debandada. A base que sustentava Henry agora busca abrigo em novas lideranças — e não é difícil entender o motivo.
Nos últimos anos, Henry acumulou decisões erráticas, alianças contraditórias e um estilo político que parou no tempo. Sua recente aproximação com Fernando Bezerra Coelho, ex-adversário, soou mais como desespero do que estratégia.
Em 2022, já havia dado sinais de desgaste ao perder para Iza Arruda — filha do próprio Paulo Roberto. Agora, vê o MDB escorrer pelas mãos sem qualquer reação. E a política, como se sabe, não perdoa quem insiste no palco quando as luzes já se apagaram.