“Entre ofertas de cargos, vice-governadoria e apoio municipal, João Campos busca equilíbrio entre ambições pessoais e o futuro do PSB.”

Nos bastidores da política pernambucana, já se desenha o tabuleiro para uma disputa bastante estratégica: o Senado Federal. E, nessa corrida antecipada, nomes de peso começam a se movimentar em torno de uma figura central da oposição — o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), o senador Humberto Costa (PT), a ex-deputada federal Marília Arraes (SD) e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), estão entre os que já sonham alto com uma das vagas de Pernambuco na chamada “Casa Alta”. Humberto, aliás, tentará a permanência no cargo. A disputa será tão dura quanto a montagem do quebra-cabeça para acomodar esses nomes — e a missão de João em satisfazer interesses tão diversos parece digna de um mestre do xadrez político.
Segundo uma fonte reservada ao blog, Campos terá que fazer malabarismos para agradar aliados com apetite por espaço e projeção nacional. Há, inclusive, o desafio de conciliar não apenas as duas vagas para o Senado, mas também, como se não bastasse, a possibilidade de colocar em jogo a vaga de vice na disputa pelo governo estadual em 2026 — isso sem contar com a oferta de cargos estratégicos, caso saia vitorioso nas próximas eleições.
Outro movimento de João é a sinalização de um provável diálogo com Eduardo da Fonte (PP), aliado da governadora Raquel Lyra (PSD) e sempre habilidoso na construção de cenários vantajosos para seus aliados — a exemplo de seu filho, o deputado federal Lula da Fonte (PP). O desejo de aproximação entre Campos e o grupo de Eduardo da Fonte mostra que a disputa pelo Senado está longe de ser uma decisão restrita aos bastidores do PSB — ela envolve articulações maiores, que podem atravessar alianças e rachas históricos.
Um ponto curioso dessa equação é o papel de Marília Arraes. Caso a prima de João Campos seja rifada da disputa ao Senado, poderá receber dele um prêmio de consolação bastante cobiçado: um provável apoio à sua candidatura à Prefeitura do Recife. Cá entre nós, esse é um sonho antigo de Marília — e que nunca saiu totalmente do radar.
João também vem defendendo a permanência de Geraldo Alckmin(PSB) como vice de Lula, sinalizando sintonia com o núcleo duro do governo federal. Isso pode ser mais uma carta na manga, já que uma possível indicação a ministério para um aliado pernambucano (quem sabe até Marília?) também circula nos bastidores em eventual reeleição de Lula(PT).
João está prestes a assumir a presidência nacional do PSB, o que deve consolidar ainda mais seu papel como articulador — não só em Pernambuco, mas em todo o país. O quebra-cabeça está lançado — e João Campos tem as peças na mão.
Por: CLAUDEMI BATISTA