Prefeito de Água Preta critica herança da antiga gestão e promete levar caso da creche abandonada ao Governo do Estado

A política de Água Preta vive um cenário completamente diferente de uma semana pra cá. O prefeito Miruca (PP) mostrou que a caneta e a cadeira de prefeito estão sob seu controle. Com todas as letras, a condução política do município está em suas mãos.
A visita nesta terça-feira(13) à creche Jonas Thompson, no bairro da Eudócia, foi mais do que simbólica: ao classificar a obra parada há 10 anos como uma “vergonha”, o prefeito não apenas expôs a situação de abandono da educação infantil, como também alfinetou seus antecessores e ex-aliados — ainda que sem citar nomes.
A fala tem sido interpretada nos bastidores como um recado direto: não há mais espaço para interferência externa em sua gestão. O rompimento político com o ex-prefeito Noé Magalhães (PSB) e com o deputado federal Clodoaldo Magalhães (PV), anunciado na semana passada, selou o fim de um ciclo. Agora, Miruca está alinhado ao grupo do deputado Eduardo da Fonte (PP), e parece determinado a fincar sua própria bandeira administrativa no município.
Mais que uma crítica à inércia do passado, sua postura marca a tentativa de reescrever sua imagem política: a de um gestor autônomo, com voz própria e capacidade de articulação. Ao prometer levar o caso da creche ao Governo do Estado, Miruca busca transformar um símbolo de descaso em um marco da sua gestão — e, quem sabe, em trunfo eleitoral no futuro. Resta saber se o discurso será acompanhado de execução. Mas, politicamente, o recado já foi dado.
Por: Claudemi Batista