Aos 30 anos, João Campos assume a presidência do PSB como símbolo de renovação e peça estratégica para 2026, ganhando projeção nacional e peso de presidenciável

Aos 30 anos, João Campos chega à presidência nacional do PSB com um peso que vai além do símbolo da renovação geracional: ele assume o posto como uma peça-chave nas costuras políticas que estão apenas começando para 2026. E não dá para fingir que isso é pouco. O prefeito do Recife passa agora a ser muito mais que “o filho de Eduardo Campos” — ele vira protagonista no tabuleiro nacional.
E sejamos diretos: o PSB não colocou João lá por acaso. A eleição dele, neste domingo (1º), durante o congresso nacional do partido, é cuidadosamente pensada. Representa um alinhamento entre o desejo de modernizar a legenda e a necessidade de posicioná-la estrategicamente na esquerda aliada ao governo Lula. João, jovem, popular, bem avaliado e com trânsito entre progressistas e moderados, é a aposta para projetar o PSB como força política sólida em 2026.
O jovem prefeito ganha estatura de “presidenciável” – mesmo que o PSB, por enquanto, se mantenha como linha auxiliar do lulismo. Uma candidatura ao Governo de Pernambuco em 2026? Natural. Uma vice-presidência na chapa de continuidade do atual projeto nacional? Possível. Um nome de centro-esquerda para um Brasil que vai querer algo novo depois de anos de polarização? Também não é impossível.
E crescer sem perder identidade — aí está o desafio. O PSB quer sair das sombras do PT, mas sem romper com o lulismo. Quer mais prefeituras, mais cadeiras no Congresso, mais protagonismo — e tudo isso está agora no colo de João.
Com a presidência nacional do PSB nas mãos, João Campos também se torna o nome forte dentro do partido para disputar o Governo de Pernambuco em 2026. Ainda que ele insista, por ora, em negar qualquer ambição estadual, é impossível ignorar que sua gestão no Recife — bem avaliada e com forte apelo entre jovens e eleitores do campo progressista — o credencia naturalmente para a sucessão estadual. Caso decida entrar na disputa, terá à disposição uma máquina partidária fortalecida nacionalmente e o peso simbólico de uma tradição política que já levou nomes como Arraes, Eduardo Campos e Paulo Câmara ao Palácio do Campo das Princesas. João não apenas herdou o legado — ele está, aos poucos, moldando o seu próprio.
Por: CLAUDEMI BATISTA