Com apenas duas vagas ao Senado, Campos tenta equilibrar interesses de Humberto Costa, Marília Arraes, Silvio Costa Filho e Miguel Coelho — e corre o risco de rachar a base antes de 2026

João Campos(PSB) enfrenta um verdadeiro quebra-cabeça político para montar sua chapa ao Senado em 2026: são quatro nomes — Humberto Costa (PT), Marília Arraes (Solidariedade), Silvio Costa Filho (Republicanos) e Miguel Coelho (União Brasil) — disputando apenas duas vagas na Casa Alta.
Humberto é quase certeza, por ser prioridade do Planalto, e deverá contar com o apoio conjunto do PT e do PSB em Pernambuco. Já a segunda vaga exige uma delicada arte de equilíbrio entre aliados. A costura com Marília e Silvio apela ao capital político local, enquanto Miguel Coelho traz força no interior do Estado, mas pode ser atropelado pela federação União-PP ou até buscar uma vice-governadoria como alternativa de viabilização.
Nos bastidores, circula a leitura de que esse enrosco reflete uma estratégia audaciosa de João Campos: ao reunir nomes fortes, ele demonstra amplitude e musculatura política, mas, por outro lado, corre o risco de ampliar desgastes internos e provocar desmobilização. Se os excluídos não forem bem acomodados — especialmente Marília, com sua popularidade, e Silvio, com apoio estrutural do Republicanos —, o PSB pode perder coesão e abrir espaço para os adversários. Para evitar isso, Campos precisará agir como verdadeiro árbitro, oferecendo contrapesos estratégicos, como a vice, secretarias e até prefeituras, caso alcance êxito em 2026.
Por: CLAUDEMI BATISTA