A megaoperação policial, considerada a mais letal da história do Rio e do século XXI no Brasil, provocou reação internacional e denúncias de execuções; governo estadual defende ação como marco no combate ao crime organizado

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, classificou como “barbárie” a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que já é considerada a ação mais letal da história do estado e do Brasil no século XXI. Petro afirmou que “o mundo da morte está tomando conta da política”.
De acordo com o governo do Rio, ao menos 119 pessoas morreram, enquanto o Ministério Público do Rio (MPRJ) elevou o número para 132 mortos, incluindo quatro policiais, dois militares e dois civis. A operação, chamada “Contenção”, tinha como objetivo desarticular o Comando Vermelho (CV). Até o momento, 113 suspeitos foram presos.
O governador Cláudio Castro (PL) defendeu a ação, chamando-a de um “dia histórico no enfrentamento ao crime organizado”, e afirmou que os agentes mortos foram vítimas de “narcoterroristas”.
Durante a madrugada, moradores do Complexo da Penha levaram ao menos 72 corpos à Praça São Lucas, relatando marcas de tiros e facadas em várias vítimas. Familiares se reuniram no local em busca de informações e reconhecimento dos corpos.
Em meio à crise, consulados dos EUA, México, França e Alemanha emitiram alertas de segurança para estrangeiros no Rio. O governo estadual também anunciou reforço no policiamento, com aumento de mais de 40% no efetivo nas ruas, principalmente em vias expressas, zonas norte e sudoeste, e acessos à Região Metropolitana. Por Álvaro Luiz