Disputas locais, como em São Paulo e no Ceará, dificultam aliança entre partidos de esquerda para as próximas eleições

O PSB, partido do prefeito do Recife, João Campos, resiste à proposta de formar uma federação com o PT para 2026 — e o motivo vai além das negociações partidárias: trata-se de preservar protagonismo e construir uma identidade de esquerda moderada, sem ficar à sombra do petismo. A principal divergência está em São Paulo, onde setores do PSB defendem autonomia estratégica. A federação, que exige unidade política e apoio mútuo por quatro anos, é vista como um risco de perda de espaço.
O PDT também rejeita a ideia, principalmente por disputas locais no Ceará, onde pode lançar Ciro Gomes à presidência e pretende se opor ao governador petista. Com isso, o PT enfrenta dificuldades em consolidar uma frente ampla à esquerda, encontrando resistência de aliados históricos que hoje preferem trilhar caminhos próprios. O projeto de unidade progressista esbarra, mais uma vez, em interesses regionais e cálculos eleitorais.