Impasse entre Executivo e Legislativo trava projetos importantes e expõe fragilidade na articulação política do governo Raquel Lyra

O confronto entre a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), e o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), evidencia um desgaste institucional que em nada soma para os pernambucanos. Mais do que uma disputa por protagonismo, o impasse reflete um governo que, por incrível que pareça, ainda patina na articulação política e na construção de pontes com o Legislativo estadual. O resultado: projetos parados e desconfiança mútua entre o Executivo e a oposição.
Lyra tem feito apelos aos parlamentares para acelerar a votação de propostas essenciais para Pernambuco, como o mais recente pedido de empréstimo, no valor de R$ 1,5 bilhão. No entanto, deputados da oposição apontam que o governo ignora um princípio básico: a transparência. Desde 2023, já foram autorizados R$ 9,2 bilhões em financiamentos, e a oposição exige explicações claras sobre a aplicação desses recursos. Parlamentares afirmam que o governo responde com meias palavras — ou simplesmente se cala quando é questionado. A crítica mais recorrente não gira em torno de emendas ou projetos específicos, mas da ausência de diálogo com a Casa Legislativa.
Enquanto governo e Assembleia trocam farpas, quem paga a conta é a população. Projetos relevantes — como o aumento do piso dos professores, concursos públicos e nomeações em áreas estratégicas — seguem travados. A máquina pública emperra. Empresários e setores da sociedade civil tentam intermediar, mas encontram um ambiente de desconfiança mútua. “O Estado não pode continuar refém de vaidades ou birras institucionais,” alegou uma fonte em reserva.
Por: CLAUDEMI BATISTA