Com recursos travados na Assembleia, Pernambuco corre o risco de perder uma janela de desenvolvimento em áreas como infraestrutura e saúde

A governadora Raquel Lyra (PSD) está diante de uma decisão crucial: convocar ou não a Assembleia Legislativa durante o recesso para votar dois novos pedidos de empréstimo que somam R$ 3,2 bilhões. Vale lembrar que a Alepe já autorizou R$ 9,2 bilhões em financiamentos para o atual governo. Em um cenário de escassez fiscal e enormes demandas sociais — principalmente no interior do estado —, a demora na aprovação desses recursos pode comprometer obras estruturantes, como estradas, hospitais e o aguardado arco metropolitano, com impacto direto na vida da população. Ao afirmar que “Pernambuco tem pressa”, Raquel toca num ponto central.
No entanto, a urgência também atende a interesses políticos da governadora: melhorar sua imagem e desempenho nas pesquisas de opinião. É natural que propostas envolvendo cifras bilionárias gerem debate. Mas é preciso que a política vá além da retórica e se conecte às necessidades reais da população. Se a governadora, como afirma, conta com o apoio da maioria dos deputados, prefeitos e do setor produtivo, esse consenso precisa se traduzir em ação efetiva. Pernambuco não pode ser refém de disputas partidárias ou estratégias eleitorais. A decisão é agora — e o estado não pode esperar.
Por: CLAUDEMI BATISTA