
A recente formação da federação entre União Brasil e Progressistas, batizada de União Progressista, começa a movimentar o cenário político de Pernambuco — especialmente para o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que tem hoje o apoio de um desses partidos e o respeito da outra sigla.
Em entrevista nesta segunda-feira (5), João demonstrou maturidade política ao tratar do tema. Reconheceu que o modelo de federação ainda é novo no Brasil e exige tempo de adaptação. E fez questão de reforçar os laços com Miguel Coelho, presidente estadual do União Brasil e aliado direto de sua gestão.
Ao falar de Eduardo da Fonte, presidente do PP em Pernambuco e aliado da governadora Raquel Lyra (PSD) — sua principal adversária — João adotou um tom conciliador. Chamou Eduardo de “político de virtudes” e reconheceu sua habilidade em formar bancadas e liderar grupos políticos.
Essa postura não é por acaso. Com a nova federação, Miguel e Eduardo agora estão no mesmo barco, e terão que dividir decisões em um cenário que pode impactar diretamente a eleição de 2026.
Caso o PP assuma o comando da federação no estado, o União Brasil — hoje na base de João Campos — pode se afastar, abrindo espaço para uma reconfiguração das alianças. Ainda assim, Miguel já reafirmou seu apoio ao prefeito, o que deixa o cenário indefinido e aberto a negociações.
Além disso, Miguel Coelho e Eduardo da Fonte são nomes cotados para o Senado, o que exigirá ainda mais habilidade política para compor alianças dentro da mesma federação.
Enquanto isso, João Campos faz o que a política exige: mantém alianças, sinaliza respeito aos adversários e se coloca como figura de equilíbrio. Um movimento estratégico de quem busca liderar, e não apenas participar, da nova correlação de forças em Pernambuco.
Por CLAUDEMI BATISTA